Era uma vez uma cidade. Ou muitas. Dizem que existe um labirinto sem fim de ruas, becos, avenidas e cruzamentos que só se pode percorrer com o olhar de um visitante. Sentes que estás sempre às voltas. Os sinais não fazem sentido e as guias estão desatualizadas. As linhas dos grafitos sempre levam para a frente de um espelho que reflete quem somos. Agora.
O espaço que atrai gravitacionalmente as sequências de imagens estáticas e em movimento, a linguagem melódica e todo aquele código que mal funciona naquele universo que conhecemos como arte. Tomamos as reflexões sobre a cultura como aquele trabalho em processo ao qual não vamos pôr limites. Todo o mundo trabalha nisso. Juntos tecem as guias que nos levam a um lugar certo.
Viajamos quilômetros, superamos obstáculos, apenas por ti. Mantemos a fé naquela comemoração semanal do vivermos juntos. O nosso quotidiano é dilacerado no tempo prévio ao jogo, quando aproveitamos até o último segundo, antes de ficarmos confinados a sofrer nas arquibancadas locais ou visitantes. Nunca caminharás sozinho. Um terceiro tempo animado espera por nós onde o desporto joga com tudo o que tem lá fora. Nem tudo vai ser futebol. Somos mais de onze contra onze. O resultado tanto faz.